AMANHÃ

Subúrbios da caneta - Poemas do Coletivo Tantas Letras
 imagens by Su Simon

Ontem enviei uns versos

borrados com meu perfume

Corei ao ver a cena

tentei desfazer, mas a tinta é cruel

sem sentimentos nem pudor...

Ontem dediquei-te um verso

na página que ainda não leu

e o perfume impregnado ficou...

Ali. A mostra! A força!

Tentei apagar a memória...

Ah! Não deu!

Foi assim, não teve jeito

todo mistério se perdeu.

Amanhã  lerás minhas letras

e sentirá toda ansiedade sentida

na essência sedutora

"Pure Seduction..."

Sentirá o aroma 

de um sábado especial.

Amanhã...

SOMBRAS

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NAVEGANDO

"As sombras que me circundam, 

estão carregadas de mar bravio

e chegam em forma de ondas gigantescas, 

transpassam os limites da praia e

se dissipam no ar..."

Su Simon

II ZINE - LAPADA POÉTICA

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REVIVENDO O TEMPO

Hoje encontrei um tempo
que a muito havia perdido.
Tempo de parar tudo
e colocar no papel
uma doce nostalgia
feito folhas de outono
que o vento frio da noite
insiste em levar...
folhas secas, sem vidas,
mas que ganham
alma leve que
se deixam flutuar...
Num último suspiro.
Hoje encontrei um tempo
que há muito se foi
e deixo aqui meu carinho
aos amigos que outro outono
levou...
Hoje encontrei um tempo...


Su Simon

POESIA ANTI CURRÍCULO - OFICINA DO TARSO

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ANTI CURRÍCULO DE UMA SONHADORA

Já não respondo quando me chamam  Sueli Rodrigues

Prefiro Su Simon é mais pessoal.

Endereço: Espalhando poesia pelo mundo a fora

                    via blogs e participação globalizada.

Meus objetivos não são mais os mesmos, agora são:

Viver a vida com pouco trabalho e muito dinheiro,

Conhecer Paraty, quem sabe sentar numa mesa e distribuir autógrafos

Nos livros que imaginei, mais ainda não produzi.

Minhas experiências são muitas:

Uma vida repleta de responsabilidades,

Nas fotos da minha infância,

já tinha um ar responsável.

Agora quero mais encontrar alguém

que se responsabilize pelas minhas insanidades

Dessas de conversar com as estrelas,

sonhar com o paraíso,

Mergulhar nas profundezas das águas do oceano,

Principalmente quando eu mergulho sem pensar

e na escuridão do mar bravio, me encanto e deixo me levar.

Experiências?

Tenho muitas, mas não me interessam mais.

Quero ser inexperiente, inocente e despreocupada.

Ganhar a vida sem pensar em nada.

Deixando que outros resolvam tudo por mim.

Quanto ao meu perfil

Antes era prática, eficiente e participativa.

Agora sou esperta, sonhadora e mais eficiente ainda.

Tem um emprego pra mim?


Sueli Rodrigues

RELEITURA - POESIA CONCRETA

POEMA AO CRISTO REDENTOR

Urgente!

Uma

gota

de

orvalho

caiu hoje, às 8h do dedo anular

direito, do Cristo Redentor, no

Rio de Janeiro

seus restos

não foram

encontrados

A polícia

não acre-

dita em

acidente

Suspei-

to: o

vento

Os meteoro-

logistas, os poetas e

os passarinhos choram in-

consoláveis. Testemunha

presenciou a queda: “Horrível!

Ela se evaporou na metade do caminho!” 

Sergio Capparelli
Tigres no quintal. Porto Alegre; Kuarup, 1997.
Disponível em: www.abel.org.br/ftp/portal/18/18_portugues_ficha4.doc
Acesso: 20 de agosto de 2009.
 

RELEITURA

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POEMA AO RIO DE JANEIRO

GOTA DE ESPERANÇA

Uma

Gota

De

Esperança

A cidade maravilhosa, morada de uma

das setes  maravilhas do planeta

Acabou de

Ser nomeada

 palco das

Olimpíadas

Para o

ano

de

 2016

 alegria

geral
"Lindo!

O povo, os poetas, e os atle-

tas festejam madrugada adentro.

Acontecimento histórico! Marcou a

bela cidade:" “Horrível! As velhas notícias

 mancharam novamente as manchetes dos jornais.”

Sueli Rodrigues

RUMO A VITÓRIA

imagem: google.com

MÃOS DADAS

Começou com um zunido
Um zunido baixinho...
feito o zunir dos insetos.
Os suspiros saudosos
dos sábados à tarde poéticos.
E se multiplicaram...
Quando os poetas perceberam:
Que poesia não era só
fantasia, sonho e imaginação.
Era luta, conquista, união.
Petição, reunião, reivindicação...
E assim, devagarzinho,
lapadeando aos pouquinhos,
vamos vencendo  batalhas,
nossas armas:
papel, caneta e palavras.
Faremos ouvir nossos gritos,
em todas as Instâncias
e de mãos dadas seguiremos
pra volta do Tantas Letras.

Sueli Rodrigues

ESCULTURA

Foto: Luzia Maninha
Exercício Tantas Letras.

NOBRE ARTE

Dá vida a arte
Imaginação transborda

e molda  esculturas. 

Dando-lhe beleza, raridade e história.

E assim,  a escultura exposta
atrás de vidros blindados.
Visitantes de olhos vidrados
apreciando tão nobre arte.
Nem todos captam a mensagem
que cada escultura nos mostra.
Difícil prever a demora
para o devido valor
de tão sedutora obra.
O escultor se ajeita:
Avental, capacete, máscara
Solda quente espalha luzes brilhantes
feito fogos de artífícios
A imaginação transborda
une elementos metálicos
da vida e recria a arte
Ao som do maçarico
o escultor se ajeita
A arte nasce.

SEM CORAÇÃO - FOTO/POESIA

S. O. S.

Foto: Luzia Maninha
Exercício Tantas Letras/2011

Rasgaram lhe a pele

Expondo seu néctar interior.
Deixando sua vaidade,

sua exuberância, 

seu poder de sustentação...
Enfraquecidos.

O mesmo homem

que quando apaixonado

esculpia corações apaixonados,

cravava  iniciais dos namorados...
Fragmentou a grande árvore,

talhou, partiu, decepou.

Agora ela agoniza, 

Sua pele seca implora por água,
por vida, chora seu fim.
E a grande árvore
Sem vida, sem segredos, sem história...
Agoniza.

E o tronco se curva à morte,

pela mão do homem...

Sem coração.


Sueli Rodrigues

ARTE NORDESTINA

Foto: Luzia Maninha
Tantas Letras

SONHO SEDUTOR

Faz arte nordestina,

esculpe a estátua

com as mesmas mãos

que espalham 

as sobras, 

os trecos, 

as quinquilharias.

Amassam restos

dão forma e vida.

Recria a arte.

Refaz a vida.

Representam com graça

A fome, a força e a fé.

Embalam, com arte,

sonhos que seduzem.

                                                                   

Sueli Rodrigues

FOTO - POESIA

Foto - Luzia Maninha

MÃOS FEMININAS

É preciso observar

A delicadeza,

A suavidade

O tato preciso.

Que precisão!

Molda seu destino...

Como quem escreve poesias

Suaves, sensíveis...

Alisam, meticulosamente,

 transforma argila em arte.

Faz contraste com a aspereza.

E as mãos que delicadamente trabalham

Não perdem a beleza, a graça.

Ah! Mãos femininas!

Sueli Rodrigues

ESPIÃO MARINHO

Foto - Luzia Maninha

ESPIÃO

Esconde atrás da muralha de pedra.

Fica aí: Imóvel, dançando

Ao balanço do mar.

Espera os namorados

Que enamorados, ficam cegos

Nem percebem o seu espiar.

Espia, espião marinho

Escondido atrás da muralha.

Muralha de pedra:

Exuberante, vaidosa...

Esconde-te da terra

No balanço do mar.

Esse seu tom

Rubro, quente, caloroso...

Convite para os românticos

Se amarem.

E os amantes

Ansiosos a espera da lua

Nem percebem a beleza do sol

Presente em sua cor vermelha...

Rubra, quente, calorosa...


Sueli Rodrigues

1º FANZINE

LAPADA POÉTICA

REUNIÃO

Capa e contra capa do Zine

1ª poesia num Zine

HIBISCO

Foto - Luzia Maninha

FLOR DE INFÂNCIA

Que flor é esta?

Lembrança da infância,

De doces dias

Que quando criança

Apanhava-a 
nos muros da vizinhança.

Que  flor é esta?

Que fascina  e emociona

Que lembra mil primaveras,

Mas seu nome esqueci.

Que flor é esta?

Que reina sozinha 
entre verdes folhagens

E  dança com graça 
ao balanço do vento.

Que flor é esta?

Tanto que perguntei

Pergunto daqui,

Pergunto dalí

Até que enfim descobri

Que flor é esta?

HIBISCO...

Agora que descobri,

Não importa o nome

Sua cor quente

Da o tom da poesia.

Su Simon

BORBOLETEAR

Foto - Luzia Maninha

ASAS TATUADAS

Voa Borboleta de asas tatuadas.

Desvenda os mistérios, os sonhos, os segredos

Do fascinante mundo da mata.

Posou no Azul, pensando na vida

Vida de Borboleta

Que vive a borboletear...

Não fiques a espreitar a possibilidade

De um voo lindo! Rasante...

Neste verde jardim imenso,

para seus olhos tão pequenos.

Vai! Voa borboleta, voa.

Para liberdade!

Desfila suas asas tatuadas,

obra prima do Criador.

Capta o som da natureza

Com suas insinuantes antenas

Voa livre, voa...

Guiada pelos seus sensíveis sensores

Voa Borboleta, voa.

Rufla suas asas tatuadas
em busca de amor.

Su Simon

ACROBACIAS 2

Este poema era meu. Agora não é mais Nº2

Baseado na Oficina do Escritor Carlos Augusto Lima





ACROBACIAS NO "BUSÃO"


Eu sou o acrobata do busão e ninguém percebe.

Estico braço pro sinal, pulo pra trás pra evitar a colisão,

Corro e me espremo no meio da multidão.

Subo os degraus feito recheio de pastel.

Sou contorcionista entre os passageiros.

E no labirinto formado por corpos humanos,

Uns suados, outros perfumados,

Uns magros, outros gordos,

vou contornando até chegar a roleta.

E mais malabarismos faço,

com o indicador direito aliso, aliso

pra liberar a passagem.

E faço contorcionismo. 

Tento abrir Os Contos da Rua Brocá,

viajar nas aventuras, mas os vidros fechados, tiram-me o ar

então sinto vertigem.

Já tentei o Pequeno Príncipe, mas seu mundo genial estava fechado

pra tanta opressão.

Então volto pro mundo interior do ônibus

reparo as espécies humanas, apertadas, cansadas, falantes, ofegantes

Sento no banco de trás e ninguém me vê.

Respiro o ar que não é só meu.

Observo os rostos enigmáticos, também acrobatas.

Que lutam e sonham como eu.


Sueli Rodrigues

ACROBACIAS 1

ESTE POEMA ERA MEU. AGORA NÃO É MAIS nº1

Baseado na oficina do Escritor Carlos Augusto Lima


ACROBACIAS - MICO


Estátua? É assim que me vê?

Tuas coisas, não para de fazer?

Deixa o fósforo queimar até o talo
e...aaaaiiiiii... queimou o dedo..
Ainda me procura pelo espelho?
Não adianta, nunca me verás no banco traseiro.
Lado a lado é mais sutil...
E tanta velocidade... Quer chegar antes da hora?
Pegar-me desprevenida...
Despenteada...
Só pra rires de mim?
Freio junto com meu pé direito.
Fora as acrobacias de me espremer no banco,
Apertar- me contra o vidro...
Fechar os olhos pra não ver o perigo.
Feito acrobata, contorcionista...
Pensando bem!
É tanto mico...
To mais pra palhaço de circo.



Sueli Rodrigues

APROXIMAÇÃO DO TERROR

REUNIÃO 


A lama sangrenta 
encobriu o brilho das estrelas
E o coro dos pássaros feridos
quebrou a sinfonia dos mestres
Pasmos!
Diante da passividade do filho
ouvindo o lamento choroso materno.
Que buscava encontrar 
entre grãos de areia,
o branco vazio das palavras
Mortas!
Ouçam a explosão de fogos
queimando por dentro da pele,
estilhaçando os ossos,
disparando um coração 
que insiste em pulsar.
Atento...
Às transformações do mundo.

Sueli Rodrigues

PRA LÁ DE INCRÍVEL

ACADEMIA DA VIDA

MOMENTO INCRÍVEL... MEU POEMA NUM MURAL NA PETROBRÁS
ELABORADO NO CURSO TANTAS LETRAS.
AMO...

Fotos: Flávio Danone
 Imagem à Lápis por Jorge Manuel Fonseca Beco

RETRATO COTIDIANO

CHORA ... IMPLORA

E a criança não dorme...

Esperneia, choraminga, implora...
Quer seu vício de volta
Nova? Não adianta

Foto: Bruno Oliveira

Não tem o mesmo sabor.

Cantigas de ninar?

Para... Corre lá procurar.

Num canto qualquer

Das ruas imundas

Está aquele objeto plástico

Maleável, flexível

Que a seduz...

Cheia de cheiro, fantasias e degustes

se perdeu

Só ela entende, sonha...

Sabe que a satisfaz.

E  está ali perdida...

próxima a sarjeta...

sua companheira de ninar...

Sueli Rodrigues

ENCONTROS E DESENCONTROS

CAMINHOS


Mãos dadas, coração acelerado, olhos brilhantes;

motos, carros, caminhões, ônibus... 

Foto: Roberto Simão

Transito intenso, mas
a estrada que seguíamos era sempre a mesma.

Às vezes por cima:

Um avião...

Felizes, abraçados,

nem percebemos sua devastação.

mas ela segue tranquila

sempre na mesma direção.

A estrada continua assim:

barulhenta, congestionada, devastada.

Ainda passa o avião...

Você, eu, a  estrada

caminhos distintos trilhados

Foto: Sueli Rodrigues

somos outras estradas 

restauradas, silenciosas, descongestionadas....

seguindo noutras direções.

Impossível ver o mesmo avião...




Sueli Rodrigues