Um olhar inquieto invadiu o mundo
como a explosão de um cometa.
Espalhou luzes pelo céu,
transformando o brilho das estrelas.
Um olhar inquieto procura, espreita...
Faz poesia da dor que a saudade alimenta.
Um olhar inquieto insiste e não desiste de instigar...
Um ser indeciso a assumir
Aquilo que já não pode mais.
Um olhar inquieto vasculha a alma
de outro olhar não menos inquieto.
Um olhar inquieto desvenda o segredo,
Um olhar inquieto desvenda o segredo,
transforma em imagem desnuda
o segredo guardado e jamais revelado,
pelas lentes do universo que se deleita
Ao confirmar o amor escondido daquele
olhar inquieto.
olhar inquieto.
Sueli Rodrigues
Oi Su!
ResponderExcluirQuando li este seu poema, no mesmo instante lembrei de um que eu gosto muito, de autoria do "Álvaro de Campos" (heterônimo de Fernando Pessoa); e que expressa esse mesmo sentimento de inquietação:
"...Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio
De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma.
Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode,
Freme, treme, espuma, venta, viola, explode,
Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,
Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes,
Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos,
Sobrevive-me em minha vida em todas as direções!"
Álvaro de Campos, em "Poemas".
Bjks! :-)
Ai!!! Assim eu sou obrigada a arrumar um heterônimo pra mim... A Jackie, outro dia, fez um comentário me comparando ao próprio Pessoa... e agora meu poeminha remete você ao Alvaro de Campos? Nossa, agora até eu estou impressionada.... Mas o poema do Álvaro de Campos, é muito lindo, só que muito revelador... já o meu melhor manter o Olhar inquieto, muito discreto.
ResponderExcluirObrigada Si