BEM VINDOS À POESIA


quinta-feira, 19 de maio de 2011

EXPERIÊNCIA VIVIDA.

NA ESCOLA


A TABUADA.

Ontem foi um dia atípico na sala de aula de uma 5ª série ou 6º ano. Meu primeiro dia com aquela turma, aula eventual, para variar. Até aí tudo bem, professora desconhecida, alunos barulhentos e assustados com a novidade, porém depois da apresentação, eles mais calmos, iniciei a aula. 
Estava correndo tudo bem até que o aluno EZQ chegou até mim e disse:
- Professora, a CSS pegou meu lápis e não quer devolver.
Eu disse:
- Calma, vamos lá resolver este problema.
Cheguei na aluna e perguntei:
- Você pegou o lápis dele?
- Ela respondeu:
- Não, o lápis é meu.
Dois alunos, um lápis, dois donos, e trinta e cinco pré-adolescentes gritando ao mesmo tempo. O que fazer? A esta altura a confusão já estava formada, e eu lá pensando como resolver esta situação inesperada. 
Então determinei que os outros alunos ficassem quietos, fazendo a atividade proposta, enquanto eu saía da sala com os donos do lápis para tentar resolver a questão.
Fora da sala de aula, conversei com eles e perguntei de novo de quem é o lápis e mais uma vez, os dois disseram:
- É meu. 
Eu disse: Se só tem um lápis o jeito é quebrá-lo ao meio e dividir uma parte para cada um.
O EZQ respondeu
- Não prô, o lápis é meu, não quebra.
A CSS retrucou: 
- Tá bom, pode quebrar.
Na hora, não tive dúvida, lembrei de uma passagem bíblica e pensei:  "Ele é o dono do lápis". Mas a CSS não ficou contente com minha decisão de entregá-lo ao EZQ e não admitiu que era dele.
Fiquei intrigada: "Como um simples lápis, pode causar tanto transtorno, atrapalhar uma aula, visto que 33 alunos, ansiosos e barulhentos, esperavam por uma solução, minha, para a questão". 
Como resolver sem ser injusta?
E o lápis era bonito:  Grafite preto, madeira marrom, bem apontado...
Observando bem aquele ser causador de tanta confusão, notei um detalhe muito importante: 
Ele era decorado com uma linda "TABUADA AZUL".
Neste instante, percebi que a menina dos olhos de uma daquelas crianças, que queria tanto o lápis, mesmo não sendo dela, não era pelo objeto em si, mas pela tão sonhada tabuada que facilitava muito nas aulas de matemática.
Não teve outro jeito,  pedi auxílio à diretora da escola. E lá, na diretoria, a questão foi resolvida.
Estudem a tabuada!

2 comentários:

  1. Que delícia essa crônica, sábia Su!
    Me lembro bem dessa passagem bíblica, e Papai do Céu deve ter ficado muito satisfeito com tua atitude!
    Contaste com tal riqueza que me imaginei na aula assistindo a tudo.
    Não sei se faria o mesmo que você...já vivi situações semelhantes em sala, e em cada uma delas tenho uma reação...
    Mas essa foi nova!
    Beijo
    Tá lindo teu blog!
    Sucesso

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  2. Nossa! Adorei a crônica.
    Que coisa, hein?
    Que saia justa!

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